Manguito Rotador: Cirurgia e Recuperação da Força

Porque ocorre perda de força do manguito no pós operatório de cirurgia para manguito rotador?
Após a cirurgia para reparo de uma lesão do manguito rotador, há perda de força, portanto a incapacidade de mobilizar o membro superior é esperada. Não conseguir erguer o braço é normal. Seja realizado pela via tradicional, através de mini-incisão ou por via artroscópica, a cirurgia de reparo da lesão do manguito rotador está associada a impotência funcional temporária.

Porque surge essa incapacidade?
Isso ocorre pois os músculos que foram suturados e colocados no lugar ( amarrados com ancora) ficaram muito tempo sem trabalhar e isso leva a atrofia muscular.

É possível recuperação com fisioterapia?
A reabilitação através de exercícios de alongamento e fortalecimento, sob orientação de fisioterapeuta especializado em tratamento de patologias musculo-esqueléticas do ombro permite a recuperação do movimento e da força, possibilitando o retorno às atividades profissionais ou desportivas habituais.

Como evolui o processo de recuperação de força após a cirurgia?
Este processo de perda de força muscular é variável e depende de vários fatores: 
  • Tempo de lesão -  lesões mais antigas demoram mais para cicatrizar
  • Número de tendões acometidos - 2 tendões demoram mais que um único tendão
  • Grau de degeneração gordurosa - atrofia muscular e preenchimento do espaço por gordura quando essa substituição é muito grande demora mais tempo
  • Associação com distúrbios endócrinos ou metabólicos - doenças sistêmicas atrapalham a cicatrização e recuperação de força
  • Tabagismo 0 cigarro causa vaso-constrição atrapalha a cicatrização e em alguns casos leva a não cicatrização de uma lesão tendinosa ou óssea
A técnica cirúrgica também é importante, a dissecção muscular do músculo deltoide e músculos do manguito, grau distensão capsular, infiltração durante a artroscopia, dentre outros fatores podem influenciar  na recuperação.

A recuperação da força se dá, na maioria das vezes, conforme o gráfico a seguir:

Progressivamente, observamos o retorno gradual da força de elevação. 
  • Em 6 semanas, tempo esperado para o início do processo de cicatrização, observamos uma força próximo a 20% do normal. Nesta fase, normalmente o braço permanece imobilizado na tipóia. 
  • Por volta da 12a semana (3 meses), observamos uma recuperação gradual da força, mas ainda sem a capacidade de sustentação do membro. 
  • Com 18 semanas (4 meses) a força é razoável, atingindo 60% da força normal 
  • 24 semanas por volta do 6o mês após a cirurgia o paciente estará próximo da normalidade Nesta fase é possível retornar às atividades leves.

A fisioterapia adequada é fundamental para a reabilitação pós-operatória, garantindo o retorno ás
atividades e permitindo a recuperação precoce.

Esse artigo foi escrito com a colaboração do Dr Yonder San Jr Médico Ortopedista e Amigo, ex residente de ortopedia da HUCFF.

Dr. Marcos Britto da Silva
Ortopedista, Traumatologia e Medicina do Esporte
Botafogo, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Atualizado em 19/10/2015

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Dr MARCOS BRITTO DA SILVA - Médico Ortopedista
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brazil
- Médico Ortopedista Especialista em Traumatologia e Medicina Esportiva - Chefe do Serviço de Ortopedia e Traumatologia do Hospital Pró-Cardíaco - ex Presidente da SBOT RJ - Professor Convidado da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro - Membro Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte - Médico do HUCFF-UFRJ, - International Member American Academy of Orthopaedic Surgeons - Membro da Câmara Técnica de Ortopedia e Traumatologia do CREMERJ, - Especialista em Cirurgia do Membro Superior pela Clinique Juvenet - Paris, - Professor da pós Graduação em Medicina do Instituto Carlos Chagas, - Professor Coordenador da Liga de Ortopedia e Medicina Esportiva dos alunos de Medicina da UFRJ, - Membro Titular da SBOT - ( Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia), - Membro Titular da SBTO - ( Sociedade Brasileira de Trauma Ortopédico), - Mestre em Medicina pela Faculdade de Medicina da UFRJ - Internacional Member AO ALUMNI - Internacional Member: The Fédération Internationale de Médecine du Sport,(FIMS) - Membro do Comitê de ètica em Pesquisa HUCFF-UFRJ.