Fisioterapia após prótese de Ombro

Fases da fisioterapia e reabilitação após a artroplastia escápulo umeral - prótese de ombro ) 

Prótese parcial de ombro 
A substituição da cabeça do úmero por uma prótese metálica é uma cirurgia de grande porte e exigirá um esforço grande do paciente e do seu fisioterapeuta nas semanas seguintes a cirurgia para uma recuperação satisfatória. No início o paciente deve fazer repouso, porém nas semanas seguintes um programa intensa do fisioterapia por pelo menos 3 x por semana ajudará na recuperação do movimento. Fundamental a escolha de um fisioterapeuta com expertise nesse tipo de cirurgia pois para que a artroplastia tenha uma boa evolução é fundamental a consolidação das tuberosidades e a cicatrização dos tendões. Caso contrário o braço não irá funcionar. Nisso a papel do fisioterapeuta é fundamental pois a recuperação deve ser lenta e progressiva, o que exige um profissional experiente e bem orientado pelo ortopedista que realizou a cirurgia. O programa a seguir é o meu protocolo pessoal de reabilitação, seu ortopedista poderá seguir um padrão diferente.

Fase 0 - Reabilitação pós artroplastia de ombro entre a 1º e 2º semana após a cirurgia

‣ permitir a cicatrização dos tecidos manter a ferida seca por 15 dias
‣ objetivo: diminuir a dor e inflamação, crioterapia de 2/2 h
‣ braço permanece imobilizado em tipoia americana
‣ Iniciar mobilidade ativa da mão, dedos e cotovelo

Fase 1 - Reabilitação pós artroplastia de ombro entre a 3º e 6º semana após a cirurgia

‣ Manter mobilidade ativa da mão, dedos e cotovelo
‣ Na quarta semana realizamos um controle radiológico avaliar a consolidação das tuberosidades
‣ iniciar abdução passiva do braço a partir de 30º - 15 graus por semana para chegar na 6 semana com 90 graus.
‣ Retirar a tipoia somente para realizar a fisioterapia
‣ enquanto estiver deitado de costas, um pequeno travesseiro ou rolo de toalha deve ser colocado atrás do cotovelo para evitar a hiperextensão do ombro, o cotovelo não deve apoiar na cama. Isso pode dificultar a consolidação da pequena tuberosidade.
‣ Evitar o movimento ativo do ombro.
‣ Objetivos da recuperação:
-90º flexão
-70º abdução
-45º rotação externa no plano escapular
-50º rotação interna no plano escapular

Fase 2 - Reabilitação pós artroplastia de ombro entre a 7º e 12º semana após a cirurgia

‣ reabilitação ativa iniciada enfatizando elevação e rotação
‣ fisioterapeuta 3 vezes por semana - exercícios sozinho nos demais dias
‣ Somente após a consolidação das tuberosidades a mobilidade ativa será permitida em elevação e rotação interna
‣ começar a flexão ativa para elevação a frente do corpo, rotação interna, rotação externa e abdução sem provocar dor.
‣ exercícios de fortalecimento dos músculos da cintura escapular programa de alongamento progressivo
‣ desmame completo da tipoia iniciar isometria do manguito rotador e músculos periscapulares
‣ exerciçios de isometria da cintura escapular
‣ Objetivos de arco de movimento na fase 2
-130º Flexão no plano da escápula
- 70º Abdução
-30º rotação externa
-50º rotação interna no plano escapular (com abdução de 30 º)

Fase 3 - Reabilitação pós artroplastia de ombro entre a 13º e 16º semana após a cirurgia

‣ continuar fortalecimento conforme necessário, avance com o arco de movimento
‣ melhorar a biomecânica escapulo umeral
‣ fortalecimento muscular escapular (serratio e trapézio)
‣ alongamento mais agressivo se necessário
‣ theraband - concêntrico e excêntrico dentro de intervalos sem dor, todos os planos, pesos leves, aquaterapia conforme necessário
‣ fortalecimento progressivo supino da elevação ativa ( região anterior do deltóide ) com pesos leves (0,5-1,5 kg) em graus variáveis ​​de elevação
‣ Objetivos ROM:
-140º PROM flexão supina
-120º PROM abdução supina
-50º Rotação externa no plano escapular
-70º rotação interna no plano escapular (com abdução de 30º)
- Elevar ativamente o ombro contra a gravidade até pelo menos 120º
‣ maior recuperação de força
‣ restauração completa do arco de movimento

Fase 4 - Reabilitação pós artroplastia de ombro após a 17º semana de cirurgia

‣ manter arco de movimento não doloroso
‣ melhorar o uso funcional da extremidade superior
‣ Programa de exercícios caseiros 3 a 4 vezes por semana
‣ Manter um programa de fortalecimento progressivo
‣ Retorno gradual as atividades funcionais (moderadamente)
‣ Retorno aos passatempos / esportes recreativos: ou seja, jardinagem, golfe, duplas de tênis
Dr Marcos Britto da Silva
Ortopedista, Medicina do Esporte
Botafogo, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
atualizado em 14/03/2018

Fratura 4 partes
desvio das tuberosidades
e angulação da cabeça
redução da tuberosidades













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Dr MARCOS BRITTO DA SILVA - Médico Ortopedista
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brazil
- Médico Ortopedista Especialista em Traumatologia e Medicina Esportiva - Chefe do Serviço de Ortopedia e Traumatologia do Hospital Pró-Cardíaco - ex Presidente da SBOT RJ - Professor Convidado da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro - Membro Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte - Médico do HUCFF-UFRJ, - International Member American Academy of Orthopaedic Surgeons - Membro da Câmara Técnica de Ortopedia e Traumatologia do CREMERJ, - Especialista em Cirurgia do Membro Superior pela Clinique Juvenet - Paris, - Professor da pós Graduação em Medicina do Instituto Carlos Chagas, - Professor Coordenador da Liga de Ortopedia e Medicina Esportiva dos alunos de Medicina da UFRJ, - Membro Titular da SBOT - ( Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia), - Membro Titular da SBTO - ( Sociedade Brasileira de Trauma Ortopédico), - Mestre em Medicina pela Faculdade de Medicina da UFRJ - Internacional Member AO ALUMNI - Internacional Member: The Fédération Internationale de Médecine du Sport,(FIMS) - Membro do Comitê de ètica em Pesquisa HUCFF-UFRJ.

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